segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Aprender ou desaprender? O que é mais difícil?

Mudar é complicado.
Abandonar conceitos arraigados, mais complicado ainda. Desaprender é difícil, mas pode ser necessário.
Um famoso pesquisador Francês Jean Faber, pesquisava o comportamento das largatas processionária:

Ele conseguiu com que várias largatas caminhassem em círculo, sobre à borda de um vaso. Caminharam durante sete dias e sete noites. Pareciam que não podiam romper a cadeia...
Morreram de cansaço e de fraqueza devido à falta de alimento. O mais interessante é que, dentro do vaso, a uma distância menos que o comprimento de uma largata, havia grande quantidade de comida, que seria um verdadeiro banquete, se qualquer uma das largatas tivesse se animado a romper a cadeia. Mas, nenhuma a fez.
Como as largatas, nós também nos apegamos à tradição, ao hábito, ao comodismo, ao preconceito, à preguiça e nos fechamos para o novo, para novas descobertas, novos desafios. Inibimos nossa capacidade de criar e recriar.
Por que insistir na flexibilidade, na rigidez, na repetição? Medo do desconhecido?



















sábado, 3 de setembro de 2011

Poema Instantes

Poema "Instantes"

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a serio.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.

Claro que tive momentos de alegria.

Mas, se pudesse voltar a viver trataria de ter só bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda chuva e um pára-quedas.

Se voltasse a viver viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim de outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres, brincaria mais com as crianças, se eu tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.
Jorge Luiz Borges (poeta argentino)