segunda-feira, 8 de outubro de 2012


domingo, 7 de outubro de 2012

Amanda Gurgel, que ficou conhecida como professora do Youtube', é eleita a vereadora mais votada de Natal

Professora Amanda Gurgel, do PSTU (Foto: Caroline Holder/G1)
A professora estadual Amanda Gurgel, candidata a vereadora em Natal pelo PSTU, foi eleita neste domingo (7), em números absolutos, a vereadora mais bem votada da história do Legislativo Municipal. Foram exatos 32.819 mil votos, o equivalente a 8,59% dos votos válidos. Amanda Gurgel ganhou notoriedade depois de um vídeo postado no Youtube, onde ela se pronuncia a respeito da atual situação da Educação no Rio Grande do Norte. Na rede, o vídeo soma mais de 200 mil visualizações. Com o sucesso, a professora foi convidada para programas de rede nacional, como o Domingão do Faustão, em maio de 2011, além de entrevista ao Globo News.

Com a votação, a candidata do PSTU ainda conseguiu, devido ao coeficiente eleitoral, levar para a Câmara de Natal mais dois vereadores da coligação PSOL - PSTU. "Eles vão se juntar à minha voz na Câmara", disse ela. Para Amanda, a divulgação do vídeo foi "preponderante" para sua eleição. Ao G1, ela também disse acreditar que só conseguiu espalhar suas ideias entre os eleitores através do pronunciamento. Contudo, ela afirma que não esperava uma quantidade tão expressiva de votos.

"Foi surpreendente!", exclamou. Por fim, a eleita disse que vai entrar na CMN para fazer um mandato socialista, baseando-se nos desejos dos trabalhadores. "Vamos preparar o terreno para que os trabalhadores peguem a política nas mãos e não se sintam estranhos no Legislativo", declarou, acrescentando que também vai defender a destinação de 30% do Produto Interno Bruto para a educação. "Disso eu não abro mão", complementou.

Um bom exemplo a ser seguido

EDUCAÇÃO NA MÍDIA

 
08 de outubro de 2012



ISADORA FABER: 'SÓ PORQUE É ESCOLA PÚBLICA TEM QUE SER RUIM?'

Adolescente que virou notícia ao denunciar no Facebook os problemas do colégio dá entrevista

Fonte: O Globo (RJ)
“Olha, a Isadora escreve bem, é articulada na internet, mas é muito, muito tímida para dar entrevistas”, adverte a mãe da jovem Isadora Faber, de 13 anos, antes de passar o computador conectado ao Skype para a filha. A produtora Mel Faber não tentava apenas protegê-la do assédio da imprensa. Depois que a jovem, inspirada numa blogueira escocesa de 9 anos, criou uma página no Facebook em agosto para denunciar as condições precárias da escola pública que frequenta, em Florianópolis, forçando a prefeitura a providenciar melhorias, a mãe também a prepara para enfrentar as consequências do seu ato. O que significa, no mínimo, encarar muitas entrevistas.
Em pouco mais de dois meses, a página de Isadora já recebeu 322 mil curtidas. Sua iniciativa repercutiu em todo o país, levando outros estudantes a criarem páginas semelhantes. Até o jornal francês “Le Monde” elogiou a disposição da pequena Lisa Simpson catarinense. Mas este foi o lado bom da história. Isadora enfrentou críticas de muitos colegas de classe, pais e professores, que não aprovaram tanta exposição. Acusada de calúnia por uma professora, teve de prestar depoimento numa delegacia, acompanhada de seu pai. Tímida, sim, mas nada acuada, Isadora diz que ainda há muito o que fazer.
O Globo: Depois de fazer a página no Facebook sozinha, conseguir que os reparos fossem feitos (maçanetas foram colocadas no banheiro, fiações recuperadas, bebedouros trocados e professores contratados), você ainda foi parar numa delegacia para se defender. Isso te desanima a continuar?
Tem muita gente que me apoia, diz que o que estou fazendo está certo, então vou seguir fazendo. O que mais quero é que outros alunos de escolas públicas também façam o mesmo para arrumarem suas escolas. Só porque é escola pública tem que ser ruim?

Como é na sala de aula? Seus colegas ficam com medo de você escrever tudo o que acontece na página?
Na minha sala, pelo menos, meus colegas me apoiam. É mais chato no recreio. Eu percebo que os alunos mais velhos ficam comentando...

O que ainda falta resolver na sua escola?
Eu acho que ainda dá para melhorar muito. Essa situação dos professores que faltam, principalmente.

Pensa em mudar de escola?
Não, quero continuar aqui.

A página “Diário de classe” mudou sua rotina como estudante?
Não. Sigo indo normal. Gosto mais das aulas de História, Geografia e Educação Física, menos das de Matemática. Continua tudo normal.

O que você faz nas horas vagas?
Eu tô sempre com alguns amigos, a gente sai pra passear com meu cachorrinho... Só tenho que separar um tempinho no dia para dar uma olhada na página (Isadora tenta responder a cada uma das centenas de mensagens que recebe por dia).

O que você vai ser quando crescer?
Eu gosto de denunciar os problemas, para tentar arrumar as coisas. Eu quero muito ser jornalista.

O que te deixa mais feliz com essa história toda?
Saber que as pessoas gostam do meu trabalho, receber o apoio delas.

E o que te deixa mais triste?
Os meus colegas da escola que não me apoiam. O fato de acharem que o que estou fazendo é contra a escola, não a favor.

Muitos jovens fizeram páginas parecidas em outras cidades do Brasil. Você acha que isso pode ser o início de uma revolução?
Espero que sim. Eu até criei um grupo de discussão para ajudar quem quer fazer uma página parecida. Eles perguntam como começar, e eu dou dicas, digo para sempre fotografar e explicar o problema, por exemplo, e evitar fazer acusações pessoais.



Ensino fundamental

Professor brasileiro é um dos mais mal pagos do mundo

Estudos internacionais apontam que o rendimento anual do docente do ensino fundamental no Brasil é apenas 10% do que recebe um professor na Suíça

Como em uma empresa - escola de São Paulo: bônus para os que atingem as metas
No Brasil, professor tem renda abaixo da renda média dos demais cidadãos (Claudio Gatti)
Professores brasileiros em escolas de ensino fundamental têm um dos piores salários de sua categoria em todo o mundo e recebem uma renda abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. É o que mostram levantamentos realizados por economistas, por agências das Nações Unidas, do Banco Mundial e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Prestes a comemorar o Dia Internacional do Professor, na sexta-feira, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou um alerta, apontando que a profissão em vários países emergentes está sob ameaça diante dos salários baixos.
Em um estudo realizado pelo banco UBS em 2011, economistas constataram que um professor do ensino fundamental em São Paulo ganha, em média, 10.600 dólares ao ano. O valor é apenas 10% do que ganha um professor nesta mesma fase na Suíça, onde o salário médio dessa categoria em Zurique seria de 104.600 dólares ao ano. Em uma lista de 73 cidades, apenas 17 registraram salários inferiores aos de São Paulo, entre elas Nairobi, Lima, Mumbai e Cairo. Em praticamente toda a Europa, nos Estados Unidos e no Japão, os salários são pelo menos cinco vezes superiores ao de um professor do ensino fundamental em São Paulo.
Guy Ryder, o novo diretor-geral da OIT, emitiu um comunicado na quarta-feira no qual apela para que governos adotem estratégias para motivar pessoas a se tornarem professores. Sua avaliação é de que, com salários baixos, a profissão não atrai gente qualificada. O resultado é a manutenção de sistemas de educação de baixo nível. "Muitos não consideram dar aulas como uma profissão com atrativos", disse. 
Outro estudo - liderado pela própria OIT e pela Unesco (órgão da ONU para educação, ciência e cultura) e realizado com base em dados do final da década passada - revelou que professores que começam a carreira no Brasil têm salários bem abaixo de uma lista de 38 países, da qual apenas Peru e Indonésia pagam menos. O salário anual médio de um professor em início de carreira no país chegava a apenas 4.800 dólares. Na Alemanha, esse valor era de 30.000 dólares ao ano. Em um terceiro levantamento, a OCDE apontou que nos países ricos, professores do ensino fundamental com mais de 15 anos de experiência ganhavam emmédia 39.000 dólares ao ano em 2009. 
Em uma comparação com a renda média nacional, os salários dos professores do ensino fundamental também estão abaixo da média do país. De acordo com o Banco Mundial, o PIB per capita nacional chegou em 2011 a 11.600 dólares ao ano. O valor é 1.000 dólares a mais que a renda de um professor, segundo os dados do UBS. Já a OCDE ressalta que professores do ensino fundamental em países desenvolvidos recebem por ano uma renda 17% superior ao salário médio de seus países, como forma de incentivar a profissão.
Na Coreia do Sul, os salários médios de professores são 121% superiores à média nacional. O Fórum Econômico Mundial apontou recentemente a Coreia como uma das economias mais dinâmicas do mundo e atribuiu a valorização da educação como um dos fatores que transformaram uma sociedade rural em uma das mais inovadoras no século 21. 
O valor do salário do professor em São Paulo é de cerca de 1.780 reais ao mês, valor superior ao piso nacional do magistério. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) fixou em 1.451 reais mensais o rendimento dos professores, um reajuste de 22,22%. Para o pesquisador Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), o aumento do salário não melhoraria necessariamente o resultado das escolas. As transformações, para ele, precisam ser mais profundas. "Mas é claro que, se tiver um patamar mais alto de rendimentos, já vai ser possível recrutar gente mais qualificada nas próximas seleções."
(Com Agência Estado)
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