domingo, 9 de outubro de 2011

IX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação/Recife-PE de 28 a 30/09/2011

Educar para o Sentimento e Solidariedade


No momento em que surgem cada vez mais casos de violência protagonizada pelas crianças e jovens nas escolas, o XI Congresso de Internacional de Tecnologia na Educação propõe-se a discutir “A Construção da Solidariedade e a Educação do Sentimento na Escola”. A palestrante Telma Vinha, da Faculdade de Educação da Unicamp/SP, ao longo de sua apresentação, destacou a importância de se trabalhar com os alunos a partir das situações de conflitos surgidas no dia a dia da sala de aula, valores e virtudes que auxiliem na formação da identidade de cada um deles.
Segundo a professora, para formar pessoas comprometidas, eticamente, com a verdade e a honestidade, é preciso deixar de lado as medidas repressivas, como advertências e suspensões, e começar a estimular nelas sentimentos e ações nobres, solidários, que atravessem os muros da escola e as façam agir de acordo com seu repertório somático, do que se deve ou não se deve fazer diante das circunstâncias, seja adversa ou não.
Para isso, Telma Vinha elencou três fatores que interferem diretamente na formação virtuosa das pessoas: juízo, o conteúdo das críticas e elogios que recebem; exemplo, perspectivas éticas são inspiradas em pessoas que admiramos; êxito e fracasso, é a partir deles que se aprende que a justiça e a honestidade são valores indispensáveis. Sem dúvida, é um grande desafio, não só para os professores, mas para toda a sociedade.

IX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação/Recife-PE de 28 a 30/09/2011

Gadotti revela os desafios da educação moderna

Ficou a cargo educador Moacir Gadotti, a Conferência Magna de Abertura do evento, na tarde desta quinta-feira (28), com a palestra “Os desafios da educação em tempos de mudança”. Aluno e discípulo do mestre Paulo Freire, o paulista autor de mais de 30 livros na área educacional destacou que o essencial é achar uma linha tênue entre as novas tecnologias e as atuais práticas educacionais.


 Para Gadotti, assim como tivemos uma geração de crianças “televisadas”, hoje já temos as “informatizadas”, sendo, portanto, necessário estar atento às mudanças comportamentais e culturais. “Não é que tudo vá ser resolvido com tecnologia, mas as tradicionais formas de educação e os aparatos tecnológicos precisam andar de mãos dadas. Não há outra saída se quisermos melhorar”, enfatizou. O escritor ainda pontuou  o principal desafio dos gestores de educação: o tratamento aos professores. “Se quisermos mudar, é preciso ter um olhar diferenciado para os professores, principalmente no que tange a valorização da mão de obra.

IX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação/Recife-PE de 28 a 30/09/2011


Mais do que conhecimento técnico e domínio de teorias, a competência do educador também é determinada pela obtenção de alguns requisitos que o auxiliem a realizar a sua missão de ensinar com excelência. Para o doutor em Educação Miguel Arroyo, que ministrou a palestra “Mestre, qual é o teu ofício?”, na manhã de ontem (29), no Teatro Guararapes, é por meio da humanização do sistema educacional, sobretudo na relação professor-aluno, que está à chave do avanço no sistema educacional.

Para Arroyo, entender o aluno em todos os aspectos é uma das prerrogativas para o sucesso nas relações de ensino. “Não basta apenas conhecer as trajetórias escolares, mas, sobretudo, as trajetórias humanas”. Segundo ele, essa construção se dá a partir do momento em que o docente permite os questionamentos dos alunos para todas as questões possíveis, muitas vezes, as que vão além do conteúdo didático. “O aluno deve ser educado para a vida, estimulando o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, e valores, que auxiliem a viver numa sociedade democrática”.

IX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação/Recife-PE de 28 a 30/09/2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

“Professor precisa ter diálogo aberto com os alunos”

Problemática mais que do recorrente dentro da sala de aula, a questão da disciplina - ou em outra análise, a falta dela -, foi mote para a palestra “(In) Disciplina: a questão do interesse da mobilização”, do educador paulista Celso Vasconcelos. Doutor em Educação, ele atribuiu ao desinteresse dos alunos pelas aulas o principal motivo para a adversidade vivida pelo professor. Mas qual seria o melhor antídoto para essa postura leniente do alunado?

Fazendo um levantamento histórico das técnicas adotadas pelos docentes para “controlar” o ímpeto de desordem dos alunos, Celso lembrou das antigas palmatórias, da pressão por meio das temidas provas surpresas, da ameaça da reprovação, e até do apelo químico por meio das drogas como a Ritalina. O paulista fez um alerta contra esses métodos, lembrando que o melhor caminho é estabelecer um diálogo aberto com os alunos. “É preciso ouvir os alunos, dar voz e vez a eles. Dessa forma, muitos problemas podem ser evitados antes mesmo de acontecer”, recomendou.

Celso ainda diferenciou o professor instrucionista do professor mediador. “Muitas vezes, no afã de querer apenas passar o conteúdo, e cumprir uma de suas múltiplas funções, o professor esquece que o importante não é apenas passar conteúdo, mas formar o aluno com a mediação significativa dele. Educação precisa de vínculos”, finalizou.